FOOH e psicologia da atenção
- Arcade - Contato
- 1 de set.
- 2 min de leitura
Por que as marcas estão levando o digital para o físico?
Nos últimos anos, o marketing digital se tornou tão predominante que muitas vezes esquecemos de olhar para fora da tela. Mas gigantes globais e marcas inovadoras vêm explorando um novo território híbrido: o FOOH (Faux Out Of Home), ou seja, experiências de mídia exterior falsas, criadas digitalmente para parecerem instalações físicas grandiosas.
O conceito é simples, mas poderoso: vídeos e imagens hiper-realistas simulam outdoors, projeções ou ativações de rua que nunca existiram fisicamente, mas circulam como verdade absoluta nas redes sociais. O que parece um prédio sendo envolvido por tentáculos ou um carro voando sobre uma avenida movimentada não está de fato lá. Mas na percepção coletiva, está.
A psicologia por trás do FOOH se ancora em princípios de atenção seletiva e memória emocional. Somos mais propensos a lembrar de informações que rompem padrões cotidianos. Quando uma marca insere o extraordinário em um ambiente ordinário — como uma avenida cinzenta de grandes centros urbanos — ela aciona o mecanismo da "violação de expectativa", fenômeno descrito por estudos de psicologia cognitiva. O resultado: impacto imediato e uma lembrança muito mais duradoura.
Outro ponto-chave é o efeito de contágio social. Pesquisas mostram que conteúdos que despertam surpresa e admiração têm maior chance de serem compartilhados, criando um ciclo de visibilidade exponencial. O FOOH, portanto, opera como um catalisador entre realidade e imaginação: não precisa existir no mundo físico para provocar reações reais.
Para setores além do varejo e do entretenimento, essa é uma oportunidade ainda pouco explorada. Imagine uma universidade usando FOOH para transformar seu prédio em uma nave espacial, ou um hospital promovendo campanhas de saúde com efeitos monumentais nas fachadas urbanas. A lógica é a mesma: levar o extraordinário para onde ninguém espera, mas todo mundo vê.
No fim, o FOOH escancara um ponto central do marketing contemporâneo: não basta estar presente, é preciso ser lembrado. E nesse jogo, a ilusão pode ser mais poderosa que a realidade.
O FOOH é uma pequena heresia contra a própria realidade. Uma mentira tão bem contada que o público implora para acreditar. E, convenhamos, é nesse tipo de pecado criativo que a gente brilha.




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